terça-feira, 6 de março de 2012

Atacama - Oitavo dia - 09/01/12

Acordamos às 3:00 da manhã, depois de dormir apenas duas horas. Arrumamos o que faltava e a van já estava na porta nos esperando.
Eu desmaiei dentro da van, não vi absolutamente nada. Acordava com a boca seca, tomava um gole de água, via que o tempo estava bom, a lua cheia iluminava tudo, mas meu sono era maior que a curiosidade.



Chegamos nos gêiseres ainda escuro, enquanto o motorista/guia/cozinheiro arrumava o café, fomos “sacar fotos".











É realmente muito bonito, mas acho que vale mais pra tirar fotos lindas, mas estar lá não emociona, nem surpreende, é exatamente igual as fotos que já vimos antes, é como estar num lugar já conhecido. Mas as fotos ficaram ótimas...






Tomamos o café, que por sinal era o pior de todas as outras vans, mas valeu para distrair o estômago.




Depois fomos às piscinas de água muito quente, me deu muita vontade de entrar, já nem levei biquíni pra não ficar tentada.  A variação da temperatura dentro e fora da piscina é muito grande, a água sai da terra muito quente, por volta de 85 graus e formam as piscinas não tão quentes, mas ainda sim muito quentes. Até que não estava tão frio, por volta de O grau, mas  esse choque térmico para mim poderia ser mortal.



São muitos gêiseres, me distanciei dos meninos e fui fotografando tudo.












No caminho de volta, fotografei tudo, a vista era linda, vimos alpacas, pássaros, montanhas nevadas, deserto. Uma paisagem incansável, onde tudo muda a cada segundo.















Paramos no povoado de Machuca, uma vilazinha no meio das montanhas, que fica camuflada na terra. Comi Sopaipilla, que é como um bolinho de chuva gigante, muito gostoso e o Ri empanada de queijo de cabra, que disse ser a melhor até agora, realmente, estava muito boa, sem aquele cheiro de bode, que eu odeio no queijo.














Entramos de novo na van pra encararmos a última parte da viagem. O guia ligou o rádio, estava tocando música chilena, quase todos que estavam na van cantavam as músicas em voz alta, como se estivessem sozinhos nos seus carros. A música era bem gostosa, com um ritmo bom, uma mistura de rock com pop com uma pitada chilena. Quando a música acabou a próxima começou: “Nossa! Delícia! Assim você me mata!” Dá pra acreditar que no meio do meio dos Andes o rádio tocava Michel Teló?!

Voltamos pra San Pedro, terminamos de colocar as coisas na moto e pé na estrada. Foi muito triste de despedir de San Pedro, ficamos muito pouco tempo. São tantas coisas interessantes pra conhecer e parece que estamos num mundo à parte, a vila é muito gostosa, com um clima, um ar muito agradável. Mas tínhamos que seguir viagem. Parti sentindo saudades e um aperto no peito, mas sabia que pela frente ainda teriam muitas coisas legais pra ver.

De San Pedro a Calama vi uma placa “Calama, ciudad Oasis”, de longe se via muitas árvores no meio do deserto, mas de perto, a cidade era muito feia, suja, cheia de lixo pelas ruas, as casas eram feias. Paramos pra abastecer e o posto não tinha banheiro, já era hora de almoçar, atravessamos a rua e fomos num “Pollo e Papas”, mas o restaurante também não tinha baños e então fomos procurar outro lugar, onde pudéssemos fazer tudo.  Paramos num restaurante, outro “Pollo e Papas” mas o lugar não tinha onde estacionar, desci, fui ao banheiro a luz de lanterna, já que não tinha ou não achei o interruptor  e fomos embora. Estava morrendo de fome, mas estava querendo sair correndo daquela cidade horrorosa. Decidimos seguir para a próxima cidade.

A estrada estava pior, o calor insuportável. Na estrada vi muitas caminhonetes de mineradoras, elas são fáceis de se identificar, pois tem uma grande antena na parte de trás que mesmo amarrada fica bem visível.  Depois de rodar um pouco, passando por uma cidadezinha paramos no primeiro restaurante que vimos, na frente tinha um monte das caminhonetes de mineradoras estacionadas, pensamos que a comida devia ser boa e barata. Quando perguntei o cardápio, só tinha uma opção: arroz, carne e papas. Pedimos quatro e um refrigerante grande. De entrada ainda tinha uma sopa que estava maravilhosa. O prato era tão grande que não cheguei a comer um terço.

Antes de sair do restaurante comecei a me molhar pra resfriar o corpo, estava insuportavelmente quente.

A estrada estava muito chata, a mesma paisagem o tempo todo, e era feia. Eu estava brigando com o sono, me molhava o tempo todo pra acordar, estava usando a balaclava molhada pra respirar um pouco mais úmido, a cada dez minutos eu enchia a boca de água do camel back e babava tudo na balaclava, assim não sofria tanto com a secura do ar.

Quando pensei que já tínhamos passado por tudo, vi de longe uma cortina de areia. Não estava entendendo aquele monte de areia no ar. Mas depois caiu a ficha.  Sim, era uma tempestade de areia! Quando ela se aproximou mais, não pensei duas vezes, a câmera já estava na mão e filmei a tempestade, pois em alguns momentos a foto não dá a dimensão real. Dentro da tempestade, tentei não mexer a cabeça, pra não entrar areia pelas frestas do capacete. Estava com medo, mas logo acabou. Ainda bem que foi leve. Depois da tempestade o céu começou a se fechar. Era só o que faltava, chuva... Mas a água não caiu e esfriou muito.

Chegamos em Antofagasta, uma cidade grande, portuária, movimentada, diferente da cidade encantadora que tínhamos acabado de deixar. Paramos pra abastecer e logo vimos os carros do Dakar, estavam todos voltando da especial que tinha acabado, pra variar tinha muita fila. O povo da cidade estava afoito, fotografando todos os carros, caminhões, bugs, motos... E acabaram tirando fotos nossas também.

Seguimos nosso roteiro e partimos para La mano Del desierto. Cruzamos com muito carros do Dakar. Até agora tinha visto muitos altares na beira da estrada, mas essa parte da estrada, de Antofagasta até chegar na escultura, tinha um altar a cada quilômetro, as vezes mais. Tentava fotografar, mas por incrível que pareça, dado a quantidade de altares por metro quadrado, não consegui fotografar muitos. Já estava tarde o sol estava baixando rápido, mas conseguimos chegar em La Mano ainda com sol pra tirar a famosa, e diria até obrigatória foto. Tinha uma família que ficou encantada de nos vê chegar de moto do Brasil, eles até tiraram foto conosco.

CONTINUA...